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CADÊ O CARNAVAL CAMPISTA?

Herbson Freitas

Por Portal Evidência em 05/03/2022 às 23:58:59

Fotos: Reprodução / Divulgação

Reprodução da capa do primeiro número da "Revista do Carnaval", a primeira lançada em Campos. Ilustração criada pelo saudoso e querido Gilberto Assad. Editei, no passado, dois jornais carnavalescos, tive uma seção de Carnaval e a revista acima citada.

Infelizmente, levou a breca. Muito antes da pandemia já estava prestes a bater a "caçuleta". Depois que o campista descobriu e/ou passou a prestigiar as praias da região o "carná" foi pro beleléu. Não é coisa nova.

Este ano, com o crescimento da Covid-l9 o povo sambou em casa. Foi realmente igual ao que passou... Ou melhor, pelo menos máscara teve. E substituindo o antigo lança-perfume (contrabandeado pelos esnobistas), o folião praiano usou álcool 70 em gel.

Foi assim mais um tríduo momesco. Valeu apenas porque tive a oportunidade de recordar dos carnavais passados. Sou do tempo dos préstitos (carros alegóricos) e dos folguedos livres, soltos, alegres e sem violência. Às vezes, um ou outro quebra pau, sem maiores consequências.

Sou do tempo também do corso (carros desfilando pela cidade) e dos flertes com trocas de confetes, serpentinas e jatos de lança-perfumes. Havia fantasia de palhaço, do trio amoroso Pierrô, Arlequim e Colombina, havaiana, vedete e outras mais.

E o chamado "domingo gordo"? Era o dia dos mascarados sujos. E das saudosas e queridas figuras do Carnaval: Patesko, "Pintinho" (viajante comercial visitante), Zazau, Agnelo Rumbeiro (assim conhecido o amigo tecelão), "Filhinho", "Macaco" e dezenas de outros. As ruas ficavam cheias de tipos do "peru".

Blocos de rua, eram muitos e divertidos, assim como bois pintadinhos. O folião do passado deve se lembrar dos blocos "Ninguém é de ninguém", "Acadêmicos do Rádio", "O "Uisquedão" vão na frente e os que comem vão atrás", com um litrão de uisque de abre alas.

Saudades de Fernando Gomes, Nicolau Louzada, Prata Tavares, João Vieira, Josélio Rocha e muitos outros malucos por Momo. Eu sou do time, porém vivo. E os desfiles noturnos? Ocorriam às terças-feiras: blocos de samba, escolas de samba e blocos de salão dos clubes da cidade.

E hoje? Só recordações...


UMAS & OUTRAS

  • No mês de março, os comerciantes do chamado centro vão fazer um desfile de modas para atrair possíveis clientes, pagando naturalmente uma "baba" a gente de fora.. Detalhe estranho: vão trazer do "estranja" um estilista, quando em Campos existem muitos e muitos deles, bons e atuais.

  • Cultura em foco. Quem quiser conhecer um pouco (um pouco mais) sobre o Movimento de Arte Moderna de 22, completando 100 anos, é só comparecer ao Museu Histórico de Campos. Vale a pena. Material pertencente ao dr. Welligton Paes e ao jornalista Vilmar Ferreira Rangel. A revista campista e revolucionária sobre o Modernismo está exposta: "Horizonte 22". Conheça.

  • O Parvinismo, a filosofia do ridículo nas artes, criado pelo campista Gipson de Freitas, contrapondo o Movimento Modernista, está chegando aos 80 anos de criação. Já falei e ainda vou falar mais a respeito. Breve.

  • Meus sinceros cumprimentos aos editores desta revista. Órgão nota 10. Parabéns, Sidinho Ramos e Enockes Cavalar da Silva!

  • Mais uma recordação carnavalesca. Na foto, a apresentação da antiga Escola de Samba Companheiros Unidos de Guarus (fui diretor), no "Show do Trabalhador", no SESI, vendo-se, em destaque, o mestre sala e a porta bandeira Rizete Peixoto, que, além de sambista, era uma excelente cantora popular. (Foto de Amaro José Moreira).



Fonte: Herbson Freitas

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