Reprodução da capa do primeiro número da "Revista do Carnaval", a primeira lançada em Campos. Ilustração criada pelo saudoso e querido Gilberto Assad. Editei, no passado, dois jornais carnavalescos, tive uma seção de Carnaval e a revista acima citada.
Infelizmente, levou a breca. Muito antes da pandemia já estava prestes a bater a "caçuleta". Depois que o campista descobriu e/ou passou a prestigiar as praias da região o "carná" foi pro beleléu. Não é coisa nova.
Este ano, com o crescimento da Covid-l9 o povo sambou em casa. Foi realmente igual ao que passou... Ou melhor, pelo menos máscara teve. E substituindo o antigo lança-perfume (contrabandeado pelos esnobistas), o folião praiano usou álcool 70 em gel.
Foi assim mais um tríduo momesco. Valeu apenas porque tive a oportunidade de recordar dos carnavais passados. Sou do tempo dos préstitos (carros alegóricos) e dos folguedos livres, soltos, alegres e sem violência. Às vezes, um ou outro quebra pau, sem maiores consequências.
Sou do tempo também do corso (carros desfilando pela cidade) e dos flertes com trocas de confetes, serpentinas e jatos de lança-perfumes. Havia fantasia de palhaço, do trio amoroso Pierrô, Arlequim e Colombina, havaiana, vedete e outras mais.
E o chamado "domingo gordo"? Era o dia dos mascarados sujos. E das saudosas e queridas figuras do Carnaval: Patesko, "Pintinho" (viajante comercial visitante), Zazau, Agnelo Rumbeiro (assim conhecido o amigo tecelão), "Filhinho", "Macaco" e dezenas de outros. As ruas ficavam cheias de tipos do "peru".
Blocos de rua, eram muitos e divertidos, assim como bois pintadinhos. O folião do passado deve se lembrar dos blocos "Ninguém é de ninguém", "Acadêmicos do Rádio", "O "Uisquedão" vão na frente e os que comem vão atrás", com um litrão de uisque de abre alas.
Saudades de Fernando Gomes, Nicolau Louzada, Prata Tavares, João Vieira, Josélio Rocha e muitos outros malucos por Momo. Eu sou do time, porém vivo. E os desfiles noturnos? Ocorriam às terças-feiras: blocos de samba, escolas de samba e blocos de salão dos clubes da cidade.
E hoje? Só recordações...
Fonte: Herbson Freitas