Historiando Campos

Uma esquina da cidade historicamente, sempre me chamou a atenção. Trata-se da confluência da rua Treze de Maio com a rua Siqueira Campos.

No século XIX, um dos primeiros fotógrafos estrangeiros a se estabelecer no Brasil, foi o alemão Revert Henrique Klumb (c. 1826 – c. 1886). Fotógrafo preferido da família imperial brasileira, ele foi agraciado com o título de "Fotógrafo da Casa Imperial", em 1861, além de ser um dos pioneiros na produção comercial de imagens sobre papel fotográfico e uso de negativo de vidro em colódio no Brasil. Klumb esteve em Campos no ano de 1859 e fotografou a esquina, tendo como destaque a Igreja de São Francisco de Assis e ao lado dela uma construção que nos faz crer ser uma residência.

Trecho de uma canção composta por Reginaldo Bessa diz: "O tempo não para no porto, não apita na curva e não espera ninguém". Realmente o tempo se encarrega de bancar o jogo da mudança. Ainda no século XIX, a residência desaparece e em seu lugar é construído o Hospital da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência.

Depois do hospital, a esquina continuou em busca de nova roupagem. Em 1914 o prédio deixou de abrigar o hospital e nele passou a funcionar o Grande Hotel Central.

No dia 23 de novembro de 1942, mais uma mudança, instala-se na cidade de Campos, o 3º Batalhão de Infantaria, mais precisamente na esquina.

"ALMOÇAR BEM, É NO SAPS!" E a esquina mais uma vez mudou sua roupagem. O governo Vargas criou, em 5 de agosto de 1940, o Serviço de Alimentação da Previdência Social - SAPS. Eram restaurantes populares que ofereciam refeições aos trabalhadores por um preço bem modesto. O SAPS então passou a funcionar onde esteve aquartelado o Batalhão do Exército.

A esquina não se aquietou e trocou novamente de aparência. O antigo prédio foi demolido e seu espaço cedeu lugar a um posto de gasolina que é a imagem na atualidade.