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Historiando Campos

Por Portal Evidência em 31/07/2021 às 10:29:37

Campos dos Goytacazes há um século viveu momentos de riqueza que dificilmente terá de volta. A indústria açucareira era a grande fonte de renda do município e o açúcar era chamado de "ouro branco". Nesse cenário, uma usina se destacava, a Usina do Queimado.

Usina do Queimado

Em 1935, era considerada uma das mais pujantes e perfeitas organizações, na indústria açucareira do Brasil, na época de propriedade dos jovens industriais, Julião e Ignácio Jorge Nogueira. Ambos se destacavam na sociedade campista. Eram progressistas, visionários e entusiasmados, criando em suas propriedades, facilidades aos seus funcionários e operários um bem estar, objetivando uma instalação perfeita, não somente em suas fábricas, como nas residências dos mesmos, proporcionando-lhes um meio de vida elevado. Tanto é que fundaram e patrocinaram a S. C. Alliança, que dispunha de um excelente campo de futebol, boas quadras de tênis, basquete, atletismo, etc.

Aspecto parcial da quadra de tênis do S. C. Alliança.
Grupo de tenistas do S. C. Alliança. Nele estão Julião Nogueira e seu irmão Inácio Jorge Nogueira, ladeados pelos esportistas
A Usina do Queimado, devia a sua existência à atividade do saudoso Vicente Nogueira, e que se prolongava, florescente e prestigiosa, sob a direção dos irmãos Julião e Ignácio Jorge, filhos do seu fundador. O prestígio de ambos era tanto, que em 1936, o presidente da república, Getúlio Vargas, por ocasião de sua visita à Campos dos Goytacazes, foi convidado, pelos irmãos Nogueira, a ir até a Usina do Queimado, onde se realizou um churrasco oferecido ao presidente sua comitiva. Percorrendo todas as dependências da propriedade industrial, Getúlio Vargas não ocultou o seu entusiasmo e sua alegria de brasileiro diante do que viu na Usina do Queimado.

Getúlio Vargas percorrendo as instalações da Usina do Queimado.
Julião Nogueira, à esquerda, explicando para Getúlio Vargas, detalhes da produção de açúcar.
Getúlio Vargas observando a recente destilaria que havia sido montada naquele ano.
Julião Nogueira fazendo para o presidente, uma exposição sobre a fermentação do melaço para o fabrico do álcool.
Quase um século se passou após essa visita. O "ouro branco" mudou de cor, o petróleo se encarregou da mudança. Mas a queda da produção da Bacia de Campos tem causado alarmes na economia campista. Estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária aponta que o cultivo de soja e milho na Região Norte do estado do Rio tem potencial produtivo superior à média nacional. Assim sendo, a pesquisa realizada em Campos dos Goytacazes, pode trazer de volta o "ouro branco" ou quem sabe uma outra cor na economia, o "ouro verde".









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