Registros preciosos do passado

Fotografias antigas me fascinam. Quanto mais antigas, mais sedutoras. Quando ainda atuava em jornal impresso, tive acesso a um verdadeiro tesouro que compõe o acervo do Museu Histórico de Campos. Resolvi compartilhar com vocês algumas reproduções ao revirar meus arquivos. Nas estantes escuras, de madeira nobre, o passado repousa em pastas contendo fotografias e documentos raros da época do ex-presidente campista Nilo Peçanha (02/10/1867-31/03/1924).

Não há cópias. São todos originais: manuscritos, telegramas, papeis oficiais, fotografias de trabalho, de família, álbuns e mais álbuns que registram o dia a dia do campista que governou o país com a morte de Afonso Pena, em 1909, permanecendo no poder até o ano seguinte.

Na época, o trabalho passava por minuciosa catalogação. São recomendações para preenchimento de vagas de emprego, procurações e até telegramas de condolências à dona Anitta pela morte de Nilo, em 1924. As fotografias trazem Nilo em reuniões formais e descontraídos momentos, andando a cavalo, e até uma foto do seu cachorrinho de estimação.

Há verdadeiras preciosidades no acervo do político influente que, segundo historiadores, teve suas fotografias retocadas para branquear a pele, prova incontestável da intolerância racial que, infelizmente, ainda é uma realidade.

No álbum "Melhoramentos de Campos", um farto material iconográfico mostra as intervenções urbanas ocorridas em Campos. Fiquei hipnotizada com aquelas imagens, umas em preto e branco, outras em tom sépia. Me emociono até hoje ao rever o acervo, como se pudesse ser transportada para aquela época. Como se pudesse, não. Eu posso!