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Vivendo o luto na pandemia

Por Portal Evidência em 17/11/2021 às 01:55:44

Este artigo está sendo escrito enquanto estamos vivenciando o segundo ano da pandemia, e o número de mortos no Brasil já ultrapassou 610.000. Com tantas notícias negativas, a área da saúde mental está lidando com o impacto emocional dessa situação a cada dia. Um dos efeitos mais óbvios é o processo de luto que prevalece na pandemia. Ouvi de um cliente esta semana: "Minha linha do tempo do Facebook tornou-se um eterno despertar." Luto e dor emocional. Existem muitos motivos para o luto causar dor: o motivo mais importante é a perda dos laços emocionais ou sociais relacionados. Afinal, os laços que construímos ao longo de nossas vidas são únicos e insubstituíveis. Devido às características do nosso corpo e cérebro, perder uma pessoa importante é particularmente doloroso. As pessoas costumam dizer que somos "animais sociais". O que isto significa? Nosso patrimônio genético é particularmente afetado por esta situação. O Homo sapiens é um tipo de primata, assim como os gorilas.

Ao contrário dos grandes felinos, não podemos viver sozinhos em uma floresta. Contamos com nossas mochilas para caçar e nos proteger de predadores. Essa dependência está profundamente gravada em nossos genes. Nosso corpo e mente foram ajustados para considerar pertencer a um grupo social como a principal prioridade da vida. Este é o fator real que distingue a morte da sobrevivência. É com o mesmo corpo e mente que alcançamos a civilização a partir da caverna. De uma perspectiva evolutiva, essa mudança aconteceu em um piscar de olhos. Assim como os humanos que vivem em cavernas, acreditamos que perder vínculos importantes é uma ameaça direta à nossa segurança e sobrevivência. Para o nosso cérebro, "Não consigo viver sem você" não é uma metáfora: é uma realidade. A importância da cerimônia de despedida.

Cada cultura tem uma maneira de comemorar os mortos, mas os funerais existem em todas as culturas. No Brasil, essas cerimônias incluem cerimônias em que familiares e amigos se reúnem para se despedir. Mas não é tudo: acordar é também a hora de renovar os laços. Os membros da família que não vemos há muito tempo se reencontram; os amigos se solidarizam, se abraçam e choram juntos. Entre outras coisas, o ritual ainda é uma prática cultural importante porque, nessa renovação emocional e social, pode equilibrar a dor da perda. Eles acalmam nossos corações, garantindo a persistência de nossos laços de pertencimento.

Tristeza na pandemia

Além da persistência da dor da morte, a pandemia não pode se concretizar nos funerais tradicionais. O processo de luto na pandemia é mais doloroso do que o normal devido à proibição de ficar lotado e à necessidade de distanciamento social. O que fazer com o luto da epidemia? Para as pessoas que estão passando por esse processo, algumas preocupações com a saúde mental são muito importantes:

Reflita sobre sua perda. O vínculo emocional é único. Que papel essa pessoa desempenha em sua vida? Como a partida dela afetou você? Em última análise, a tristeza é um processo que nos permite nos adaptar às mudanças que já ocorreram. Então, pense em como esse evento mudou sua vida e o que você precisa fazer para se adaptar a ele. Aceite sua perda. O luto pode ser um processo ambíguo, pois embora sintamos que precisamos nos adaptar ao que aconteceu, sentimos que essa adaptação vai "consolidar" a perda. É normal conhecer essa ambiguidade, mas, adaptando-se ou não, a perda é real e irreversível. Reaprenda a viver em seu nome para comemorar seus entes queridos.


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