Perder a identidade ou ter essa sensação de não ser mais você mesmo quando está muitos anos junto com alguém, acontece mais que podemos imaginar.
As pessoas que tem um relacionamento a muitos anos geralmente fazem muitas coisas juntos, dividem as mesmas vontade, a intimidade de um parece ser a do outro. Mas até onde esse tipo de situação é boa ou é prejudicial ao relacionamento? Qual o limite que devemos ter se a vida de um parece ser a vida do outro?
Nessas situações duas palavras que se confundem em nossas cabeças são intimidade e privacidade.
Essas perguntas não são tão fáceis de responder e muitas vezes a falta do limite entre intimidade e privacidade destrói os relacionamentos. Muitas pessoas acabam se sentindo "donas" da vida do outros, as situações diárias vão se tornando sufocantes para alguns.
Existem pessoas que ultrapassam esses limite, e como identificar que a situação passou de algo saudável para uma invasão da privacidade do outro?
Bom existem muitos relatos em consultório de pessoas querendo se conectar novamente com seus parceiros, e quase sempre as histórias não se distanciam umas da outras.
Pessoas que acham que intimidade é olhar as mensagens no celular, e colocar Gps no celular para saber se o outro está no lugar que a pessoa acha que deveria, não permitir que a outra pessoa realize tarefas ou entretenimentos sozinha.
A individualidade de cada um na relação é muito importante para que não deixarmos de ser quem somos e nos tornamos alguém desconhecido para nós mesmos.
Segundo Margarete Volpi , psicoterapeuta de casal e família, e fundadora do Instituto Volpi & Pasini. "De um modo geral, os casais esquecem o real motivo que os faz estarem juntos e se aprisionam com excessivas regras a fim de não se sentirem ameaçados com a ausência do par. Embora marido e mulher compartilhem grande parte do seu tempo, afeto e interesses, é indispensável que ambos mantenham sua individualidade e uma vida individual para que cada um possa ser o complemento e não uma extensão do outro".
Devemos saber como estamos agindo com o outro, até onde estamos sufocando o outro e tirando a sua individualidade, dividir senhas não é o problema, o problema é como lidamos com essa situação. Pessoas ciumentas não devem dividir senhas.
A divisão de senhas das redes sociais deve ser algo espontâneo e não uma exigência de uma das partes como prova de alguma coisa.
Certos limites não devem ser ultrapassados para não sufocar o relacionamento.
A intimidade é inevitável para os casais, mas a invasão da privacidade é opcional.
Fonte: Fabielly Vasconcelos Nogueira