Em sua última gestão como prefeito de Campos, lá no início dos anos 60, o Dr. José Alves de Azevedo, em plena campanha para o Senado, visitava a baixada campista.
Era costume moradores dependendo do horário, oferecerem lanche, almoço ou jantar. O prefeito, para não fazer desfeita a ninguém, aceitava e provava um pouquinho de cada. Porém, chegava o momento em que o organismo não suportava mais sequer um grão de arroz ou um farelo de pão.
A noite havia chegado, o prefeito se preparava para voltar da baixada quando uma senhora, eleitora dele, se aproximou dizendo que há muito tempo era sua vontade que ele comesse de um bolo feito por ela. Prosseguindo, pediu que o prefeito e comitiva entrassem em sua casa e que serveria a todos uma fatia. Acontece que após entrarem, constatou-se que a iguaria ainda estava no forno e um insuportável cheiro de ovo podre exalava no ambiente. J. Costa, que fazia parte da comitiva, olhou desconfiado para o prefeito e disse consigo mesmo: Quero não! Todos entenderam o olhar do J. Costa. O bolo ficou pronto e foi levado para a mesa. Aconteceu que era o bolo que estava podre! Quando ia ser cortado e servido, com enorme facão por sinal, o prefeito falou alto, quase gritando e disse: Para! Não corta! Vou levar esse bolo para minha Gina! Já está muito tarde, ela vai querer saber por onde eu andava e esse bolo é a minha resposta. Enrola que eu vou levar. Fico muito agradecido à senhora. Para alívio de todos, a vontade do Dr. José Alves de Azevedo prevaleceu e o bolo teve um final feliz. Foi levado e lançado dignamente no primeiro canavial que surgiu na estrada de volta para Campos.
Fonte: João Pimentel - Pesquisador, historiador e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Campos dos