Garças cheias de graça

Quem me acompanha nas redes sociais sabe que tenho especial afeição por fotografia de pássaros. É maravilhosa a satisfação de um flagrante desses pequenos seres. As garças ocupam boa parte do meu modesto acervo. Como frequentadora da Lagoa de Cima, estou sempre a contemplar essa espécie de andar charmoso e voos espetaculares.

E elas passam como se exibissem para uma sessão de fotos. Pousam suavemente sobre a areia, mostram habilidade em pescas certeiras e aterrissam em pequenas embarcações, compondo cenários lindos. Quando voam, as asas ágeis e branquinhas rendem belos flagrantes.

É na chamada "hora mágica", no finalzinho da tarde, que o espetáculo se intensifica. O sol se encarrega de pintar o cenário enquanto elas buscam na copa das árvores, o dormitório seguro para o merecido descanso.

Observar pássaros pode ser uma boa terapia nestes dias complicados, de enfermidades e catástrofes naturais. Experimente esvaziar a mente e "puxar uma cadeira" para assistir a esse balé das garças. Observe os detalhes e tente fazer o pensamento voar junto por preciosos instantes de conexão com o ambiente. Deixe-se levar pelo som que elas produzem. A coreografia dos pássaros é a criação divina em movimento.

Perdemos Jabor

O último dia 15, morreu o intelectual Arnaldo Jabor. Ele tinha 81 anos de idade e estava internado no Hospital Sirio-Libanês, em São Paulo, desde dezembro, depois de sofrer um acidente vascular cerebral. Foram várias as declarações da classe artística lamentando a perda, mas achei linda a do ex-presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), professor e poeta Marco Lucchesi, em entrevista à Agência Brasil: "Arnaldo Jabor representa parte da história do cinema brasileiro recente. Alma inquieta trazia dentro si todos os ventos. Mansos e bravios. Um temporal. Um estado permanente de alerta e combate". Que siga na luz!

Livros sempre!

Muito legal a iniciativa da Prefeitura de Campos de doar livros a um dos acolhimentos da cidade. Cerca de 200 títulos infantis foram levados ao "Despertar", para proporcionar momentos de leitura aos assistidos. Principalmente na situação em que se encontram esses assistidos, muitos com um histórico de violência e sofrimento, o acesso ao conhecimento pode abrir caminhos e esse incentivo pode, sim, fazer a diferença.